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domingo, 4 de dezembro de 2011

UM BANDO EM ÊXTASE: TIMÃO EMPATA CLÁSSICO E CONQUISTA O TÍTULO BRASILEIRO

Em jogo de quatro expulsões e briga entre os jogadores, Corinthians fica no 0 a 0 contra Palmeiras, no Pacaembu, e sagra-se campeão pela quinta vez



A CRÔNICA
por Carlos Augusto Ferrari e Leandro Canônico
Foi um título com a cara da Fiel: sofrido, brigado e marcado por lágrimas - de alegria e de saudade. A conquista deste domingo, talvez seja exagero, talvez não, começou de madrugada. Com a morte de Sócrates, aos 57 anos, o Corinthians tinha mais um motivo para ganhar o seu quinto título brasileiro. Como se fosse pouco levantar a taça mais importante do país, o time alvinegro ainda tinha que homenagear o Doutor, um dos maiores ídolos de sua história.
Em campo, o Corinthians segurou um difícil empate com o Palmeiras, sem gols. Bastava para ser campeão. Bastou para soltar o grito do bando de loucos. Bastou para um time de operários que brilhou no início do campeonato, quando venceu nove jogos nas dez primeiras rodadas, empatando apenas um.
Foi um título sem heróis, a não ser os anônimos, aqueles que frequentam a arquibancada. Ou será de muitos heróis? De um Sheik muito eficiente e do Imperador de um gol só... deles, que sequer jogaram a última partida. Ou do meia Alex, que saiu do banco algumas vezes para salvar os companheiros? Impossível não citar os gols de Liedson, que jogou grande parte do torneio no sacrifício. Como esquecer o atacante Willian, verdadeiro guerreiro da Fiel? Do goleiro Julio César, contestado e tão importante? De Leandro Castan, Paulo André e, por que não, do barrado capitão Chicão? Mas talvez a maior marca desse time operário esteja nos pés de Paulinho e Ralf, seus melhores jogadores. E volantes...
Em um campeonato marcado pelo equilíbrio, venceu quem foi mais regular. E muito do mérito corintiano é de Tite. Diante de tantas dificuldades, ele manteve o time na liderança em 27 das 38 rodadas. Mas um título do Timão sem sofrimento parece não ter tanta graça. Talvez por isso o Corinthians tenha levado a disputa até a última rodada. Mas o treinador explodiu de alegria, junto com a torcida, antes do apito final. O Vasco empatou com o Fla, no Rio, e como o jogo terminou antes, era o suficiente para garantir a conquista alvinegra. Foram 71 pontos contra 69 dos vascaínos. Aos palmeirenses, nenhum consolo, já que o time terminou em 11º, com 50 pontos, classificando-se para a Sul-Americana.
Os números da campanha corintiana são incontestáveis. Além de ter liderado o torneio por mais tempo, a equipe obteve também a melhor série de resultados na história dos pontos corridos: nove vitórias e um empate nas dez primeiras rodadas. Nem mesmo a crise que viveu no segundo turno foi capaz de atrapalhá-lo. O Timão nunca esteve abaixo do quinto lugar e foi quem obteve o o maior número de triunfos (21) e a defesa menos vazada entre os 20 participantes (36 gols).
Com a conquista, o Corinthians iguala-se ao Flamengo em número de títulos brasileiros (oficialmente, a CBF não considera o Flamengo campeão brasileiro de 1987 - o time carioca ganhou o módulo verde da Copa União) , todos na “era moderna” da competição. Os clubes com as maiores torcidas do país estão abaixo apenas de São Paulo, com seis, e de Palmeiras e Santos, com oito, ambos beneficiados com a unificação dos extintos Torneio Roberto Gomes Pedrosa e Taça Brasil.
Vencer o principal torneio do país tem um sabor especial para Tite. Depois de balançar no cargo em alguns momentos da temporada, o maior título da carreira faz o treinador afastar a desconfiança de uma ala da torcida e assegura a permanência dele em 2012. A missão agora volta a ser acabar com o eterno desejo alvinegro de conquistar a Taça Libertadores.
Quem também se fortalece é o presidente Andrés Sanches, novo chefe de Seleções da CBF. Em um mandato caracterizado pelo aumento de receitas e por contratações badaladas, como Ronaldo, Roberto Carlos e Adriano, o dirigente obtém seu maior triunfo no campo, fechando um ciclo considerado de "redenção" pelos dirigentes – sob a gestão dele, o clube venceu também a Copa do Brasil e o Paulistão de 2009. Ele se afasta do cargo no dia 15 de dezembro, mas deixa seu grupo ainda mais fortalecido para vencer as eleições de fevereiro. Mário Gobbi Filho é o candidato da situação.
Nem a briga generalizada entre os jogadores após Jorge Henrique dar um chute no vácuo, marca registrada de Valdivia, estragou a festa corintiana. João Vítor, do Verdão, e Leandro Castán, do Corinthians, foram expulsos, juntando-se a Valdivia (Palmeiras) e Wallace (Corinthians), que receberam vermelho durante a partida. Com jeito moleque, além de repetir o "drible" do rival, o atacante corintiano ainda falou que estava "retribuindo o carinho" do Valdivia, excluído da partida após falta dura, onde sobrou até cotovelo.
Corinthians joga mal; Palmeiras domina
Antes de o jogo começar, emoção na despedida a Sócrates. Torcedores e jogadores levantaram o braço direito, imitando o gesto imortalizado pelo Doutor ao comemorar seus gols. Mas a emoção dos mais de 34 mil corintianos que lotaram o Pacaembu logo se transformou em nervosismo para o Timão. A pressão que a equipe tentou impor nos primeiros minutos não surtiu efeito diante de um Palmeiras bem posicionado e paciente. A velocidade aplicada pelos alvinegros foi controlada com faltas simples que impediram qualquer aproximação perigosa. Em cinco minutos, foram cinco infrações e nenhum trabalho para Deola.
A dificuldade em se aproximar da área, gradativamente, enervou o Corinthians. O excesso de passes errados no setor ofensivo deu ao Palmeiras a chance de controlar o jogo. Sem pressa, o time dirigido por Luiz Felipe Scolari apostou em lançamentos pelo alto para tentar surpreender os zagueiros Paulo André e Leandro Castán. Valdivia levou a melhor em boa parte dos lances contra o improvisado volante Wallace, mas ficou aquém do esperado na criação para Luan e Ricardo Bueno. Apenas Marcos Assunção assustou em cobranças de faltas.
Enquanto o Corinthians sofria para se acertar, o Vasco ficou em vantagem contra o Flamengo, no Engenhão, e manteve o sonho de levar a taça para São Januário. O sistema de som do Pacaembu, que vinha anunciando todos os outros resultados da última rodada, ignorou o gol de Diego Souza a pedido da direção corintiana. Os jogadores do Timão desceram aos vestiários sem saber a vantagem do rival na briga pelo título.
Antes de o primeiro tempo acabar, o Corinthians reclamou de um pênalti em lance duvidoso. Willian recebeu passe de Alessandro na área, recebeu um toque do joelho de Henrique e caiu ao trombar com Leandro Amaro. A bola sobrou para Liedson, que finalizou contra um marcador e perdeu boa chance. Os atletas ainda pressionaram o árbitro Wilson Luiz Seneme, que nada marcou.




quarta-feira, 30 de novembro de 2011

LA U DESPACHA O VASCO EM SANTIAGO E DECIDIRÁ SUL-AMERICANA CONTRA LDU

Cruz-maltinos são envolvidos pelos chilenos e perdem por 2 a 0 no Santa Laura. No domingo, equipe vai lutar pelo título do Brasileirão 2011


A CRÔNICA
gols na página de videos .


por GLOBOESPORTE.COM



O Vasco não resistiu ao forte time da Universidad de Chile e perdeu por 2 a 0 na noite desta quarta-feira, no estádio Santa Laura, em Santiago. Com o resultado, o time da Colina está eliminado da Copa Sul-Americana na fase semifinal. Na decisão, os chilenos irão enfrentar a LDU, do Equador, que passou pelo Vélez Sarsfield, da Argentina, com duas vitórias.
Os gols da partida foram marcados por Canales e Vargas. Apesar de ter tido bom volume de jogo e criado algumas oportunidades de gol, o Vasco foi envolvido pela velocidade do contra-ataque da La U. A missão cruz-maltina ficou mais difícil a partir da metade do segundo tempo, quando o time já perdia por 1 a 0 e Fagner foi expulso após dar uma cotovelada em um atleta adversário.
Os vascaínos não têm muito tempo para digerir a eliminação. No próximo domingo, às 17h (de Brasília), no Engenhão, o time faz o clássico contra o Flamengo na última rodada do Campeonato Brasileiro. Para ficar com o pentacampeonato nacional, os cruz-maltinos precisam vencer o arquirrival e torcer para o Corinthians perder para o Palmeiras 
Na velocidade, La U abre o placar com Canales
O técnico Cristóvão Borges optou por entrar em campo com uma formação de mais pegada no meio de campo, que teve Nilton, Romulo, Allan e Juninho. Diego Souza e Alecsandro ficaram mais à frente. A La U mostrou desde o início de que ia dar trabalho com sua principal jogada, o contra-ataque em velocidade. Logo no início de jogo, em um lance deste tipo, Vargas saiu de cara com Fernando Prass e tentou driblar o goleiro cruz-maltino, que saiu em seus pés e fez grande defesa.
Como precisava marcar ao menos um gol para se classificar, o Vasco tentou tomar as rédeas do jogo e passou a levar perigo aos chilenos. Romulo teve boa oportunidade dentro da área após passe de Juninho, mas não conseguiu finalizar com precisão. O Reizinho era quem criava as chances mais perigosas, especialmente nas bolas paradas.
O ímpeto vascaíno, no entanto, gerava espaço para as jogadas em velocidade da Universidad. Vargas, mais uma vez, teve a chance de abrir o placar, mas foi impedido por nova defesa de Prass. Mas aos 30 minutos, o time da Colina não resistiu. Após bate-rebate dentro da área, Aránguiz chutou forte, Fernando Prass conseguiu a defesa, mas deu rebote. Canales chegou na corrida e mandou uma bomba para estufar a rede: 1 a 0.
Fagner é expulso; chilenos se aproveitam para ampliar
Em desvantagem no placar e precisando ao menos de um gol para levar a decisão da vaga para os pênaltis, o Vasco voltou para a segunda etapa com uma mudança para deixar o time mais ofensivo: Bernardo no lugar de Allan. Logo nos primeiros minutos o time teve duas boas oportunidades, com Romulo e Dedé, mas a pontaria não estava precisa. Apesar da tentativa de pressão no ataque, Prass seguia sendo bastante exigido na defesa e precisou se desdobrar nas saídas de gol nas bolas aéreas. Antes dos 15 minutos, Cristóvão mexeu novamente e colocou a equipe de vez no ataque: Leandro entrou na vaga de Juninho.
Romulo, que teve mais liberdade por causa da presença de Nilton, acabou se tornando o jogador mais perigoso, o homem-surpresa. Em chute de fora da área, o volante obrigou o goleiro Johnny Herrera a fazer bela defesa. No ataque chileno, a dor de cabeça era Vargas. O atacante chegou mais uma vez em ótima condição na área, mas perdeu o gol ao tentar dar um lençol em Prass e mandar a bola para fora.
A situação ficou ainda mais complicada para os vascaínos a partir dos 24 minutos, depois que Fagner deu uma cotovelada em Canales e levou o vermelho direto. Três minutos depois, veio o balde de água fria. Mena recebeu na ponta esquerda e cruzou na medida para Vargas, que, nas costas de Jumar, desviou de primeira e não deu chance para Fernando Prass: 2 a 0. Após a expulsão e o gol, Cristóvão tentou recompor o time com a entrada de Diego Rosa na vaga de Diego Souza, que mais uma vez teve uma participação discreta.

O Vasco bem que se esforçou para tentar uma reação, mas já não havia força para isso. Alecsandro até teve uma boa chance após jogada criada por Bernardo, mas não conseguiu finalizar. Os chilenos administraram a vitória até o apito final, sob os gritos de "olé" da sua torcida, que fez uma grande festa para comemorar a primeira vez que a La U chega numa decisão de título internacional.





domingo, 27 de novembro de 2011

Restaaaaaa Umaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa......

Timão bate o Figueira, mas decisão do título fica para a última rodada

Os seis mil corintianos no Orlando Scarpelli chegaram a celebrar o penta com o 1 a 0 no Figueirense, mas vitória do Vasco deixa tudo em aberto


Por Carlos Augusto Ferrari e Diego RibeiroFlorianópolis
Pela quarta vez consecutiva, o Campeonato Brasileiro será decidido na última rodada. O Corinthians fez a parte dele, venceu o Figueirense por 1 a 0, em Florianópolis, mas a dramática vitória do Vasco sobre o Fluminense por 2 a 1, no Engenhão, atrapalhou a festa paulista em Florianópolis. Liedson fez o gol o que manteve o Timão com grandes chances de ser campeão e atrapalhou o sonho catarinense de se classificar pela primeira vez à Taça Libertadores.
Os mais de seis mil corintianos presentes no estádio chegaram a comemorar o título, mas o gol de Bernardo, nos últimos minutos, impediu a festa antecipada. A matemática, contudo, ainda é simples: com 70 pontos, dois a mais que os vascaínos, o Timão precisa apenas não perder para o arquirrival Palmeiras, no próximo domingo, às 17h, no Pacaembu, para ficar com a taça pela quinta vez em sua história.
Em caso de empate e vitória dos vascaínos sobre o Flamengo, no mesmo horário, ambos empatarão no número de pontos, mas os paulistas levarão vantagem no número de vitórias (atualmente, 20 a 18). Até uma derrota pode dar o troféu à equipe de Tite. Basta que os vascaínos não vençam o clássico contra o Fla.Após ser goleado em casa por 4 a 0 pelo Fluminense, o Figueirense perdeu mais uma chance de praticamente se classificar para a Libertadores. Para piorar, caiu da quinta para a sétima colocação, com 57 pontos, e sai da zona de classificação. Agora, precisará vencer o Avaí, domingo, às 17h, na Ressacada, e contar com uma combinação de resultados.
Jogo ruim no início
Qualquer desavisado que chegasse ao estádio Orlando Scarpelli sem conhecer a classificação do Campeonato Brasileiro não imaginaria que Figueirense e Corinthians brigam pelos primeiros lugares. Em um misto de nervosismo e incompetência, as equipes abusaram do direito de errar no primeiro tempo e esfriaram a empolgação dos torcedores que se misturaram nas arquibancadas em Florianópolis.
Precisando vencer para ter chances de voltar a São Paulo como campeão já neste domingo, o Corinthians fez muito pouco ofensivamente. Sempre aberto pelos lados, Emerson chamou a responsabilidade, encarou os marcadores, mas quase não ofereceu perigo. Liedson, Danilo e William foram ainda piores em um time que finalizou a gol apenas uma vez em 45 minutos. Para piorar, o zagueiro Leandro Castán levou três pontos no queixo depois de uma dividida com o atacante Júlio César.
A necessidade de vencer para reagir e seguir com chances de se classificar para a Libertadores também atrapalhou o Figueirense. Os laterais, tão elogiados pelo técnico Jorginho, praticamente não apareceram no ataque. Bruno, pela direita, se limitou a fazer o lance mais bonito da etapa inicial, aplicando dois chapéus seguidos, em Ralf e Danilo.
Assim como Sheik, Wellington Nem foi quem mais procurou jogar no lado catarinense. Rápido e habilidoso, o jovem atacante que pertence ao Fluminense deu trabalho com lances de efeito, mas não teve o apoio do ídolo Fernandes e do artilheiro Júlio César, escondidos na marcação. O último, aliás, acertou a trave corintiana em cobrança de falta em seu único momento de destaque.
Alex entra e muda o jogo
Insatisfeito com o rendimento da equipe, Tite sacou Willian para a entrada de Alex, meia que já havia mudado o comportamento da equipe na vitória por 2 a 1, de virada, sobre o Atlético-MG. Com mais qualidade técnica, o Timão subiu novamente de produção, porém, ainda sem conseguir construir chances de concluir contra o gol de Wilson.
O Figueirense também decidiu arriscar. Jorginho adiantou suas peças para tentar pressionar, mas foi em vão. O melhor que a equipe conseguiu nos primeiros minutos foi um perigoso chute de Wellington Nem, aos 14, que passou muito próximo à trave esquerda.
Com Alex aberto pelo lado esquerdo e o maior espaço dado pelo adversário, o Corinthians sentiu a possibilidade de vencer. Aos 23, o meio-campista fez boa jogada pelo setor e cruzou. Liedson, livre, apenas desviou de cabeça, pulou as placas de publicidade e foi comemorar com a torcida. Àquela altura, era o gol do título, já que o Vasco apenas empatava com o Fluminense.
Parte da torcida do Figueirense, revoltada, começou a deixar o Orlando Scarpelli já aos 35 minutos. Os cerca de seis mil corintianos comemoravam como se estivessem no Pacaembu. Pelo rádio, porém, veio a notícia: gol do Vasco.
O clima de apreensão voltou a tomar a Fiel. E o Figueira reagiu. Aos 42, Aloísio cruzou da esquerda e a bola cruzou a área corintiana com perigo. Baita susto. Segundos depois, porém, nova notícia do Engenhão: e desta vez era boa para o Corinthians, já que Fred empatara para o Fluminense. O penta parecia garantido.
Terminado o jogo no Orlando Scarpelli, os jogadores do Timão permaneceram no gramado, esperando notícias do Rio de Janeiro. Com os resultados de momento, o Corinthians levaria o título. Mas tinha jogo ainda no Engenhão. E, para desespero da Fiel, o Vasco chegou ao segundo gol, com Bernardo. Resultado que adia a definição do título brasileiro para a última rodada. Tensão até o fim.

Bernardo garante vitória sobre o Flu no fim e mantém Vasco na briga

Time cruz-maltino vence por 2 a 1 no Engenhão e chega à última rodada com chance de ser campeão. Flu não tem mais possibilidade de título


Por GLOBOESPORTE.COMRio de Janeiro
O Vasco tinha pouco mais de quatro minutos para fazer um gol e evitar o título antecipado do Corinthians. Fez. Com a dose de superação que se tornou peculiar no time em 2011, Bernardo marcou o gol da vitória por 2 a 1 sobre o Fluminense aos 45 minutos do segundo tempo e manteve acesa a chance de título brasileiro.
O time cruz-maltino chega aos 68 pontos contra 70 do Timão. Na última rodada, o futuro campeão será decidido à base de rivalidades. Vasco e Flamengo duelam no Engenhão e Corinthians e Palmeiras se enfrentam em São Paulo.
Para levantar o quinto Brasileirão de sua história, o time vascaíno precisa vencer o maior rival e torcer para o Corinthians perder o seu duelo regional. Mas a calculadora ficou em segundo plano depois do jogo deste domingo.
Depois de um primeiro tempo pautado pelas chances perdidas e um início de etapa final calcado nas faltas violentas, os times acordaram quando souberam da vantagem do Corinthians em Florianópolis - Liedson marcou o gol da vitória por 1 a 0. Alecsandro abriu o placar, Fred empatou e, quando os corintianos festejavam o título no Orlando Scarpelli, um lance chorado e na insistência de Bernardo explodiu a maioria vascaína no estádio.
O Fluminense, com 63 pontos, não tem mais chance de título – o time já está garantido na fase de grupos da Libertadores - e não perde mais a terceira posição. O time novamente sentiu a falta do poder de decisões em clássicos cariocas - são nove no ano e nenhuma vitória. A chance derradeira de triunfo será no jogo que não vale muita coisa contra o Botafogo, domingo, em Volta Redonda.
Gols perdidos
Fred entrou em campo com o “amuleto” Maria Clara no colo. A menina, deficiente visual, desembarcou no Rio de Janeiro na sexta-feira a convite do Fluminense e foi ao Engenhão acompanhar o jogo.
Depois de uma semana de expectativa, o Vasco confirmou Elton e Juninho na equipe titular, mas no primeiro tempo ambos deram indícios de que talvez fosse melhor não tê-los. Logo a um minuto, o time cruz-maltino teve por que reclamar. Fagner lançou, Elton fez o corta-luz e a bola sobrou para Diego Souza chutar rasteiro no canto direito de Diego Cavalieri. O auxiliar Dibert Pedrosa paralisou erradamente o lance assinalando impedimento.
Fora essa chance, os primeiros minutos foram truncados e de poucas oportunidades. A se destacar apenas o “excesso de vontade” de Juninho Pernambucano. Em 11 minutos, o meia vascaíno deu dois carrinhos violentos e recebeu cartão amarelo. Como estava pendurado, ele não enfrenta o Flamengo na última rodada.
Juninho tentou se redimir depois e levantou na cabeça de Elton. Livre entre os zagueiros tricolores, o atacante cabeceou mal, por cima do travessão.
Deco sofreu com a forte marcação e só conseguiu aparecer aos 20. Ele tabelou com Rafael Sobis, Fred recebeu, girou e chutou. A bola desviou na perna de Renato Silva, encobriu Fernando Prass e caprichosamente bateu no pé da trave esquerda.
Logo na sequência o gramado molhado salvou o Vasco. Mariano cruzou rasteiro, Leandro Euzébio apareceu na segunda trave, mas escorregou e não conseguiu finalizar.
O jogo melhorou e ganhou gols perdidos para o seu índice. Mal no jogo, Elton protagonizou um lance do Inacreditável Futebol Clube aos 31. Após escanteio, Rômulo cabeceou, Diego Cavalieri fez ótima defesa e, dentro da pequena área, o atacante finalizou no travessão.
Na jogada seguinte, o Flu respondeu com excelente troca de passes, que terminou com um chute perigoso de Marquinhos desmarcado quase na marca do pênalti.
Alecsandro e Bernardo saem do banco para decidir
Na volta para o segundo tempo, Cristóvão Buarque tirou Elton e colocou Bernardo. Desta forma, o Vasco ficou sem atacante em campo – Diego Souza e Bernardo eram os mais avançados.
A partida ficou nervosa – até os 12 minutos da etapa final foram sete amarelos – e caiu tecnicamente. Enquanto revezavam-se nas faltas fortes os times souberam que o Corinthians abriu o placar em Florianópolis. O resultado eliminava o Flu e obrigava o Vasco a vencer para manter vivas as chances de título.
Mas a grande chance foi tricolor. Deco foi esperto em cobrança de falta e deixou Rafael Sobis na cara de Fernando Prass. O atacante bateu rasteiro, mas a bola saiu a centímetros da trave direita.
Cristóvão colocou Alecsandro na vaga de Felipe e recuou Diego Souza, que colecionou seis impedimentos na partida. O atacante foi letal aos 31. Fellipe Bastos cruzou, Rômulo desviou e Alecsandro, na segunda trave, cabeceou para abrir o placar. A bola ainda tocou nas duas pernas de Diego Cavalieri antes de entrar.
O Vasco teve a chance de decidir o jogo logo depois. Diego Souza entrou na área, cruzou e Diego Cavalieri espalmou parcialmente. Dentro da pequena área, Alecsandro se ajeitou e Leandro Euzébio conseguiu bloquear o chute.
O erro foi imperdoável e a conta veio depois. Após um balão para a área, Renato Silva pediu falta, Fred dominou no peito e bateu para empatar, aos 38. Um gol tricolor, mas com dividendos corintianos.
Os vascaínos se descontrolaram pedindo falta no lance do gol de empate e Leandro, mesmo no banco, foi expulso por ofender e tentar agredir fisicamente o árbitro Marcelo de Lima Henrique.
- Está comprado – gritou o vascaíno.
Aos 45 minutos - o árbitro deu cinco minutos de acréscimo -, Bernardo garantiu sobrevida ao campeonato. Ele recebeu cruzamento de Alecsandro na área, apareceu por trás dos zagueiros e cabeceou para defesa de Cavalieri. No rebote, ele chutou e marcou. Os minutos seguintes foram de cenas explícitas de vibração e êxtase da torcida vencedora. Ao fim do jogo, os jogadores agradeceram e o herói Bernardo chorou.

Ronaldinho desencanta, Fla bate o Inter e volta à zona da Libertadores

Rubro-Negro vence o Colorado por 1 a 0, volta ao G-5 e fica mais perto da vaga. Gaúchos precisam vencer o Gre-Nal e secar concorrentes

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Por Richard SouzaMacaé, RJ
Uma escalação surpreendente, um craque sortudo e um goleiro que mais parecia uma parede. Num domingo de reencontro com a vitória após três jogos de jejum, o Flamengo superou o Inter, rival direto na disputa por uma vaga na Libertadores da América, voltou ao G-5 e só depende dele para ir à competição continental na próxima temporada. No estádio Cláudio Moacyr, em Macaé, no Norte Fluminense, o Rubro-Negro foi engolido no primeiro tempo, mas mesmo assim conseguiu sair na frente. Ronaldinho voltou a marcar depois de pouco mais de dois meses. Depois, fechou a porta, jogou a chave fora e conseguiu manter um resultado importantíssimo. O placar de 1 a 0, magrinho, tem importância gigantesca. Com 60 pontos, a equipe sobe da sexta para a quarta posição e só precisa de um ponto no clássico contra o Vasco para ficar com a vaga, na última rodada. 
O Colorado, que se via em situação até certo ponto tranquila, não depende mais do próprio esforço. Com 57 pontos, está em sexto, vai precisar vencer o Grêmio e torcer por uma derrota do próprio Flamengo ou para que o Coritiba não vença o Atlético-PR, na Arena da Baixada. Faltou sorte ao time vermelho. Faltou calma ao zagueiro Rodrigo Moledo, que falhou no lance que decidiu o confronto.  Domingo que vem, o Flamengo enfrenta o Vasco. O local da partida ainda será definido. O Inter recebe o Grêmio no Beira-Rio. Todas as partidas da última rodada do Brasileirão serão às 17h (de Brasília).
Mãozinha para R10
É caprichoso esse tal de futebol. E também é cruel. O Inter que o diga. Foram 45 minutos de domínio, de futebol mais organizado e vistoso, de absoluto controle tático. De algumas boas chances de abrir o placar no Moacyrzão. O gol poderia ter saído com Leandro Damião, em cabeçada forte que Felipe espalmou. Com D’Alessandro, o melhor em campo, em chute colocado que buscava o ângulo. Ou com Gilberto, numa conclusão de dentro da área. Poderia, poderia, poderia...
O Flamengo correu sério risco de ir para o intervalo sob vaias. Cheio de mudanças, o Rubro-Negro jogou na base da vontade. Esforço que não escondeu as deficiências da equipe. Vanderlei Luxemburgo surpreendeu na escalação. Welinton voltou a ser titular, Rodrigo Alvim, que poucas vezes foi relacionado no campeonato, substituiu o suspenso Junior Cesar - e foi muito vaiado. No meio, Fierro ganhou uma chance. No ataque, Deivid sobrou. O camisa 9, artilheiro do time na competição com 15 gols, foi para o banco. Thomás entrou e fez dupla com Ronaldinho.Como referência na linha de frente, R10 vagou em campo, quase não tocou na bola. Uma cobrança de falta que explodiu no peito do goleiro Muriel, algumas tentativas frustradas de dribles e arracandas, um carrinho violento em Nei. Foi o pouco que ele fez. Mas quando fizeram por ele, soube aproveitar. Aos 46 minutos, Thiago Neves tentou cruzamento para a entrada da área, o zagueiro Rodrigo Moledo cortou errado e entregou a bola para o camisa 10. Com calma e categoria, o Gaúcho entrou na área e bateu na saída de Muriel. Gol com jeitão de soco no estômago dos colorados: 1 a 0.

Se gol tivesse nome, este poderia ser chamado de alívio. Ronaldinho, que vive os dias mais conturbados desde a chegada ao Flamengo, não marcava havia dois meses, desde 21 de setembro. Na comemoração, ele encarou os reservas do Inter, saltou, abraçou e foi abraçado, reverenciou a torcida, sambou. Oitavo gol dele em 14 partidas contra o Colorado.
Um torcedor do Flamengo atirou uma garrafa plástica na direção do trio de arbitragem logo depois do encerramento da primeira etapa. Evandro Rogério Roman recolheu o objeto e deve relatar na súmula.
Fla vai na raça, e Felipe segura o Inter
O Inter voltou para o segundo tempo com a certeza de que havia sido bem melhor na etapa inicial, mas com prejuízo no placar. Esbarrou num adversário fortalecido e nos próprios erros. D’Alessandro já não jogava tão bem, Oscar andava sumido, Nei não apoiava tanto, e Damião pouco recebia bolas na área. Pior: o Flamengo quase ampliou com um voleio de R10 – Kléber salvou sobre a linha – e numa cabeçada de Welinton que passou rente à trave. A primeira chegada com perigo do Colorado foi aos 14. D’Alessandro recebeu passe na entrada da área, bateu colocado, mas a bola se perdeu pela linha de fundo.
Dorival Júnior não esperou muito e lançou Andrezinho no lugar do atacante Gilberto. O toque de bola colorado melhorou, e a equipe passou a fazer pressão. Muita pressão. Ali começava a aparecer outra figura do jogo: Felipe. Numa sequência de ataques da equipe vermelha, o camisa 1 virou um muro. Foi bem nas saídas de gol, não deu rebotes e fez até milagre. Quando Damião recebeu passe na área, Alex Silva até tentou acompanhá-lo, mas o artilheiro girou rápido e bateu forte. Felipe pegou de forma incrível. Na sequência do lance, o atacante dividiu com Fierro e caiu na área. O árbitro nada marcou, mas os gaúchos pediram pênalti. D’Ale também tentou em chute de longe, mas em sucesso.

Luxa lançou Negueba na vaga de Thomás, mas a postura rubro-negra pouco mudou. O time esperava o Inter, se defendia a todo custo e buscava jogar nos contra-ataques. Os gaúchos se lançavam cada vez mais, só que batiam e voltavam. Dorival Júnior foi expulso por reclamação. O tempo foi passando, passando, até que o cenário se tornou irreversível.

Foi um domingo especial para os rubro-negros. Dia de dar um tempo na crise, de crescer na hora certa para não deixar o projeto afundar. Foi um domingo chato para os colorados. Dia em que nada deu certo, de frustração. Domingo que vem tem mais.